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Por Marcelo Mário de Melo

 

Teresa pintou o sete
vezes setecentas vidas
mulher quebrando as algemas
vendo do povo as feridas.
Pintou murais da história
de resistência e façanha
a luta contra a opressão
onde o povo perde/ganha.
Pintou o amor a alegria
os arroubos da paixão
fazeres do dia a dia
clamor de rebeliao.
Pintou sempre em desmedida
com o seu pincel gigante
das telas para as paredes
na espiral incessante.
Pintou vendo da janela
arroubos de carnaval
clamores de liberdade
a vida no vendaval.
Pintou os prazeres plenos
as florações  da beleza
as alegrias da vida
o pão  e o vinho na mesa.
Todos juntos lamentamos
Olinda chora por ela
a família os companheiros
os que a lembram na janela.
Mas o maior sofrimento
devo aqui assinalar
no final desta viagem
nos pincéis do teresar.
Na saudade de Teresa
da dor o maior açoite
quem sofre mais é o seu noivo
o Homem da Meia Noite.