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PCdoB de Pernambuco luta firmemente para salvar vidas, preservar a democracia e ganhar as eleições para as forças progressistas.

No mundo:

A terceira grande crise do sistema capitalista, iniciada em 2008, não arrefece. Ao contrário, agora tem um VETOR que potencializa e reconfigura todas as demais dimensões da crise do sistema: a pandemia do novo Coronavírus. Elemento da vida biológica, portanto ligado à condição fundamental da nossa existência, se incorpora à dinâmica social pautando de forma central a vida política, econômica e sociocultural da humanidade.

A crise sanitária ainda está em agravamento devido ao crescimento da contaminação e mortes em nações populosas nas Américas, com destaque para EUA, Brasil e México e na Ásia, em nações superpopulosas, na Índia, Paquistão e Irã. É uma tragédia humana mundial com incidência dramática no Brasil. É o VETOR potenciador de toda a crise múltipla do capitalismo em geral e de seus modelos nacionais.

Três resultantes dinâmicas dessa crise se apresentam:

1ª- A radicalização da luta de classes em todas as suas frentes, com destaque para:

– a ofensiva do capital contra os direitos dos trabalhadores e pauperização extrema da classe trabalhadora;

– a desregulamentação e fragilização do conjunto dos organismos multilaterais de solução de controvérsias entre as nações e ameaças reais de guerras generalizadas;

– a elevação da luta de ideias ao primeiro plano da luta política geral sobre a narrativa da crise e as perspectivas, as saídas estratégicas para um novo padrão de civilização.

2ª- Enfraquecimento do neoliberalismo como política de Estado e saída para a crise.

3ª- Vitória estratégica dos países socialistas, acelerando a transição no sistema internacional de poder, com ascensão crescente da China socialista e o declínio relativo dos Estados Unidos da América.

No Brasil: 

O Governo Bolsonaro apostou na crise sanitária para estabelecer o caos e mudar o regime político de 1988, mas vem perdendo. Está mais isolado e enfraquecido, seu governo não existe para enfrentar os problemas do país e do povo, está pautado pela incompetência, pela responsabilização da tragédia sanitária e pela prática diversa de crimes comuns e políticos que atingem o núcleo familiar. Mas ele não renunciou ao seu propósito autoritário e entreguista, procura a retomada de sua escalada anterior.

O fator causador desse enfraquecimento de Bolsonaro e do bolsonarismo é a Frente Ampla pela Democracia e salvação do país que se formou na prática pela reação dos Governadores e do Congresso Nacional à crise sanitária e pela ação do STF contra os atentados à democracia e ao estado de direito e da justiça em geral contra os indícios dos crimes seus e da sua família.

A formação da Frente Ampla pela Democracia, pela salvação de vidas e contra Bolsonaro, nas suas mais variadas expressões e formas, é uma grande vitória política do PCdoB. Esta política é a única no momento capaz de derrotar o bolsonarismo e barrar Bolsonaro. Amplos setores sociais e políticos tomaram consciência do perigo Bolsonaro. Nossa disputa pela tática justa conseguiu pautar a Frente Ampla pela Democracia como questão central da agenda política das forças progressistas. E assim conseguimos impor derrotas fundamentais à dupla Bolsonaro-Paulo Guedes, como o auxílio emergencial de R$ 600, a Lei Aldir Blanc da Cultura, a extensão do auxílio emergencial aos agricultores familiares e a estabilização legal do FUNDEB.

No entanto e até por conta desta vitória de nossa proposta tática, setores importantes da esquerda, pautados pelo hegemonismo e subestimação do perigo bolsonarista, passam a atacar abertamente essa política de frente ampla e o próprio PCdoB. Essa conduta política atrapalha os esforços para fortalecer os movimentos de frente ampla e diminui o potencial de mobilização popular, fator ainda ausente da luta política, não somente pelas restrições sanitárias, mas, efetivamente, pela falta de perspectiva de amplos setores sociais populares. Contudo, há que se ressaltar o desempenho positivo da ação unitária das Centrais Sindicais e de outros movimentos sociais e entidades.

Assim, está criada uma situação em que nem Bolsonaro consegue viabilizar seu objetivo principal de instituir um regime abertamente policial e de violência política, nem as forças progressistas se entendem sobre uma saída política a ser construída para a “crise Bolsonaro”. Nossa política deva perseverar na denúncia de Bolsonaro como genocida, incompetente e corrupto, na defesa da frente ampla de salvação nacional e dos direitos do povo.

Em Pernambuco:

Diante desse quadro, podemos dizer que as forças progressistas de Pernambuco, expressas na Frente Popular liderada pelo Governo Paulo Câmara-Luciana Santos, têm se saído vitoriosas até o momento no enfrentamento dessa múltipla crise que vivemos. Mas, não tem sido fácil e o futuro imediato é de alto risco. O agravamento da crise econômica, as perdas de receitas públicas e o avanço da pandemia, agora se interiorizando, são fatores de instabilidade permanentes, que, juntamente com os problemas de ordem política, podem nos levar a grandes dificuldades.

A Frente Popular é muito heterogênea, e isso é extremamente positivo, no entanto a hegemonia natural exercida pelo PSB nem sempre se dá de forma ampla e se estabelecem disputas menores que nos fragilizam.c) Objetivamente, passado o primeiro round do 4 de abril, a disputa eleitoral e política em Pernambuco para a esquerda vai ser medida pelos resultados do Recife, Olinda, Petrolina e Caruaru. O PSB não disputa Jaboatão e agora vê a situação se complicar muito em Paulista. As forças de direita que apoiam Bolsonaro são a ameaça a ser batida. Aqui em Pernambuco, há que se considerar força eleitoral das correntes de centro e centro-direita representadas pelo PSD, Avante, PP e SD, aliadas da Frente Popular de Pernambuco e com o comando de muitas e importantes Prefeituras e forte bancada de deputados. Essas forças devem ser alvo de nosso interesse político em busca de alianças.

No PCdoB assistimos, em meio às condições extraordinárias do momento, ao fortalecimento do nosso projeto eleitoral formatado até 4 de abril. Seguimos com 16 candidaturas a Prefeito/a, em cidades grandes como Olinda, Jaboatão, Cabo e Petrolina, em 5 cidades médias e 7 pequenos municípios. As chapas de vereadores em 50 municípios se mantêm na luta para atingir o quociente eleitoral. Para esse resultado, destacam-se a mobilização dos CMs, o desempenho dos Deputados Renildo Calheiros e João Paulo e posição estratégica na Vice-Governadoria de nossa maior liderança, a camarada Luciana Santos.

A pré-campanha, ainda de forma irregular, já se desenvolve em todo o Estado. Esse resultado positivo é decorrente da vitória de nossa aplicação da tática política geral e da tática eleitoral. O Movimento 65 é o fio condutor de nosso projeto eleitoral e ganhou os corações e mentes da militância e formata a face pública do projeto eleitoral.

Para o PCdoB, o desafio é o fortalecimento partidário. Para isso, conclamamos a todos/as dirigentes e militantes a) Fazermos vencer nossa proposta tática de formação da frente ampla pela democracia e pela salvação do povo e da nação, para isolar e derrotar Bolsonaro-Paulo Guedes; b) Lutarmos com o povo, em todas as frentes, pela vida e contra a morte, pela retomada do crescimento econômico, geração de empregos e preservação das micro, pequenas e médias empresas, valorização do trabalho e proteção social ao povo, em especial dos direitos à igualdade para às mulheres e contra o racismo, pela melhoria dos serviços públicos de saúde e educação, transporte e habitação; c) Fortalecermos o Movimento 65, apresentando ao povo de cada município saídas para o desenvolvimento de nossas cidades, centradas em suas vocações locais, na humanização da vida urbana, lutando por cidades democráticas e ambientalmente sustentáveis; d) Concentrarmos o esforço de Estruturação Partidária na Arrecadação Financeira, na Comunicação e no fortalecimento dos Comitês Municipais; Realizarmos nos próximos dias o lançamento da Campanha de Arrecadação Financeira. Implantarmos com determinação o Projeto Zap Vermelho; e) Conquistarmos vitórias eleitorais, com a eleição de nossos/as Prefeitos/as e vereadores/as.

À luta, camaradas!! Fora Bolsonaro!! Recife, 25 de julho de 2020.

O Comitê Estadual do PCdoB-Pernambuco.

(*) REPUBLICADA POR INCORREÇÃO NA PUBLICAÇÃO ANTERIOR.