“…sou Tereza Costa Rêgo, ou simplesmente, Tereza. Tenho a certeza de que devo à camarada Joana a construção da mulher que sou hoje…”
O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) em Pernambuco lamenta profundamente o falecimento de Tereza Costa Rêgo ao mesmo tempo em que se solidariza com seus familiares e amigos. Tereza, uma das mais renomadas artistas plásticas do Brasil, deixa um enorme vazio por sua vibrante produção artística e por suas inúmeras qualidades como ser humano, profissional e militante comunista.
Filha de uma família tradicional da aristocracia pernambucana, Tereza teve uma educação bastante rígida e repressora. Mas através da arte expressava seus sentimentos e começou a pintar ainda criança, ingressando na Escola de Belas Artes com apenas 15 anos. Nesse ambiente tradicional, casou e teve duas filhas: Maria Tereza e Laura Francisca. Durante este período se dedicou quase que exclusivamente à pintura o que fez com que fosse contemplada com três prêmios do Museu do Estado e outro da Sociedade de Arte Moderna. Em 1962, realizou a primeira grande exposição na Editora Nacional.
No mesmo ano, Tereza envolveu-se com Diógenes Arruda, dirigente do Partido Comunista do Brasil. Começou um romance arrebatador, que a levou a fugir da cidade, deixando para trás o casamento. Aproveitou o tempo fora do Recife para se dedicar à arte e aos estudos, formando-se em História na USP. Depois de formada, passou a dar aulas da matéria para vestibulandos e a trabalhar como paisagista.
Em São Paulo, devido à ditadura militar instalada em 1964, passou a viver, amar e resistir na clandestinidade com o nome de Joana. Em 1969 experimentou mais duras provações com a prisão de seu companheiro. Em 1972, quando Arruda foi libertado, o casal seguiu exilado para o Chile. Entretanto, não tardou a chegada do golpe, que obrigou Diógenes, novamente, a se mudar. Tereza e seu companheiro foram para Paris, onde passaram seis anos. Afastada das filhas, dos irmãos, a artista abandonou um pouco a própria vida, para ser a mulher do líder comunista. Mas, em momento algum parou de pintar. Expôs seus quadros, assinando com o nome de Joanna. Fez doutorado em História, na Escola de Altos Estudos da Sorbonne, na França.