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Longo poema sobre a Guerrilha do Araguaia, o novo livro da escritora e vereadora do Recife também homenageia os 100 anos do PCdoB

Um longo poema de 140 páginas, que narra um capítulo dramático da história do Brasil, mas convenientemente esquecido, Araras vermelhas ressuscita as vozes dos guerrilheiros do Araguaia, que lutaram e morreram acreditando que poderiam resgatar o país do regime militar brutal, instalado em 1964. Depois do lançamento na Feira Literária Internacional de Paraty (RJ), o décimo-primeiro livro da escritora e poeta de Bodocó, Cida Pedrosa, será lançado nesta quarta-feira, às 18h, no salão de festas do Sesc Santo Amaro.

Publicado pela Companhia das Letras, Araras vermelhas entrelaça fatos históricos com as memórias pessoais da escritora, revisitando um capítulo sombrio, escrito pelo autoritarismo e pela ditadura militar no Brasil. O livro contribui para “tirar o lixo” debaixo do tapete e fazer uma reparação histórica a verdadeiros patriotas, apagados intencionalmente da história, que lutaram e deram a vida em nome da crença em liberdade e democracia.

Cida Pedrosa, que também é vereadora do Recife pelo PCdoB, conta que foi atravessada pela ditadura de maneira muito forte, principalmente depois que saiu da terra natal, Bodocó, e se mudou para a capital aos 14 anos. “Nós recitávamos nas ruas durante horas. Era nossa forma de protesto”, lembra, completando que teve na época, e ainda tem hoje, uma relação muito próxima com pessoas que foram presas por causa da ditadura.

“Eu tô muito feliz com esse livro, porque o partido fez 100 anos e eu queria muito escrever alguma coisa que tivesse uma ligação, um ‘atravessamento’ com esse centenário que faz parte da minha formação cultural. Eu sou estudiosa da Semana de Arte Moderna de 1922, e não tem como você não estudá-la sem estar ligada diretamente à fundação do Partido Comunista no Brasil”, declarou Cida numa entrevista ao Portal Vermelho.

Cida Pedrosa nasceu em Bodocó, no Sertão de Pernambuco, em outubro de 1963. Além de Araras vermelhas, já publicou dez livros, com destaque para Solo para Vialejo, que venceu o Prêmio Jabuti 2020, uma das principais honrarias literárias nacionais, em duas categorias: Livro do ano, principal categoria da premiação, e Livro de poesia.